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a matar pessoas , desde 21 de Março de 009

I have a very peculiar family. Peculiar.

quarta-feira, dezembro 26, 2012

Manuel, o filho mais velho, é um rapaz empenhado, trabalhador, limitado nos seus conhecimentos devido às ocasiões em que viveu, ao acertado horário que assim o ditou a falta do inglês, a ponderada matemática, a inexistência histórica, basicamente a inexistência de muita coisa escolar, mas compensada na cultura da política, do futebol. Talvez quando crescer vá por esses enredos, os de chulo, que pouco fazem e muito recebem, e não me refiro aos que tentam meter as bolas na baliza, os ditos jogadores.

Depois temos Maria, a irmã do meio, sempre adoentada, sofrida de enxaquecas, sofrida das dores de uns ossos fracos e de uma intolerância forte. É uma criança complicada, as bipolaridades de umas birras e uns amuos que não se resolvem aos estalos porque coitada, não se lhe pode bater, chegar sequer, porque é sofrida. Também esta pouco de escola tem, mas lá se safará num infantário que de crianças nem aprecia.

Inês, a filha mais nova, é a criança da casa. Mimada, vítima de males sem fim, nunca pode deixar de ter razão. Ou é porque não esperam por ela para comer, quando as conversas desenvolvidas são só com telemóvel, ou é porque se convida para alguma coisa e ela diz que não percebemos a carga horária que sofre, esse sofrimento psicológico da escassez do tempo que nunca é suficiente, ou é porque não se convida e tadinha da criança excluída que não recebe carinho e não gosta de ninguém, porque eu sou um pai cruel, um pai duro, um pai que não lhe dá carinho depois de eu claramente ser a pouca coisa que ainda a faz sobreviver nesta casa.

Eu, de nome Pai, único parente, sou a cola que mantém as paredes no sítio, o telhado a tapar a chuva, quando não me refugio na terra do trabalho a encharcar a tequila e a fingir que está tudo bem.

Porque eu não deveria ser a cola. Porque eu não sou parente. Porque eles não são filhos, ou serão de alguém que não eu. Porque Maria é mãe de Inês e mulher de Manuel que é pai do Pai. E não deveria assim o ser.

Etiquetas: mad world, perdidos

useless

a anormalidade de cada um é que os torna especiais