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stay away
a matar pessoas , desde 21 de Março de 009 ![]() |
someone
![]() the eternal sunshine of the spotless mind, my clementine |
. desculpa-me as possibilidades, o meu inconsciente está a tentar acabar com elas domingo, maio 27, 2012
deprime-me um bocado saber que quase um ano passou e eu não fiz nada. deprime-me aperceber-me de que outras conseguem fazê-lo numa semana como quem experimenta um sabor novo de gelado, e eu aqui com as minhas manias antigas de não conseguir fazer nada. um dia confessei-te que pensava haver mais na arte, e podias-te perguntar, porque não fazes como os outros também, ou porque não fazes aquilo em que acreditas e segues os velhos costumes? pois eu não faço porque sou covarde, sou criança, tenho medo da rejeição, acho que desde pequeno é o que mais me aflige. esforçava-me ao máximo para não ser rejeitado, evitava as situações, ou se me deparava com elas, arrumava-as bem fundo das prateleiras da minha biblioteca mental e continuava como se nada acontecesse. parece filme, mas em tempos mentiram-me de festas só para eu não comparecer, combinavam praias às escondidas e apenas me convidavam se eu estivesse por perto, rezando para que eu recusasse. tomava-me como uma coisa que por ali andava e que pouco queriam perceber. gozavam comigo pelo que eu sentia, pelo que eu dizia. e aqueles que em dias defendi, hoje viram-me as costas e repetem o habitual sim com poucas palavras nas conversas que eu tento impor à força. e por isso passou quase um ano sem eu fazer nada tudo para evitar a rejeição. é que depois de não fazer nada, ouço histórias inevitáveis que não me fazem feliz e que apenas me acordam para a realidade do que toda a vida fui, mesmo quando achei que era Etiquetas: L, mad world, non-stopping-world, respostas ao passado, sem saber . não consigo fingir mais domingo, maio 20, 2012
Ando a servir de ponte entre os reinos do norte e o mosteiro, o mosteiro anda pouco satisfeito com as decisões de cultivo e com a localização das habitações, diz que o vento as vai deitar abaixo se se mantiverem no exato sítio em que se encontram. Mal eles sabem que as habitações estão mais presas ao chão do que o próprio mosteiro ao solo. Passam por mim sem pedir, sem pagar portagem, usam e abusam desta velha ponte que com paus de madeira foi construída. Uma ponte que se resigna a se deixar ser pisada para no fim conseguir cair e nadar no rio que vê todos os dias a passar por ele em vez de se atirar de vez. O mosteiro diz que é demasiado arriscado. Mas o mais engraçado, entre todo o descalabro desta guerra sem sentido, desta dor que só me faz querer esbofetear os monjes e gritar-lhes que não são donos da terra, é que afirmam querer viver, afirmam ser velhos e ainda não ter vivido, nascendo-lhes assim essa necessidade de querer ver o que há para lá do horizonte. Vêm me pedir abraços, tanto o povo como os mosteirenses, e eu não os recuso, ensinaram-me a não recusar abraços, tal como a não recusar travessias. Dou muitos abraços por dia, abraços que não são meus, abraços de outrém. É inevitável perguntar-me quando terei um abraço meu. Sou uma ponte demasiado ponte.
Por favor não finjas também, só tem piorado.
. ela pôs-me assim quinta-feira, maio 10, 2012
Ias gostar dela sabes, Miss Literatura? Ela hoje relembrou-me o sonho, veio contar-me de umas candidaturas que o ano passado falhei por datas; veio-me prevenir que este ano ainda vou a tempo. Não sei o que fazer, tenho medo. estou terrivelmente assustado e não imaginas o quão absurdo isso é estando eu falar de teatro. Não sei se é bom, não sei se é mau, não sei se realmente oferecem uma bolsa como a minha irmã disse mas eu quero tentar, e custa-me tentar. Custa-me tentar e falhar. Lá diz que preciso de cultura geral sobre teatro, e eu não tenho nenhum. Preciso de outras tantas características que também me faltam, coisas que nunca trabalhei, coisas que se algum dia as consegui hoje prendo-me e hesito.
Estou assustado. Tenho medo de tentar aquilo que realmente gosto e falhar. Enquanto foi a medicina, falhar pouca tristeza me trazia, mas falando do sonho assalta-me o medo terrível de não saber fazer nada, nada de jeito, nada proveitoso.
Logo agora que já estava tão bem convencido dos meus próximos anos, logo agora veio-me relembrar o quanto dói ter um abismo em frente e sabermos não estar aptos a tomar tão grande salto para o outro lado do desfiladeiro.
Preciso de ti, e ao mesmo tempo acho que não. Não te percebo, nunca percebi. Mas preciso de ti, sim, nem que seja para te ler as poucas palavras que tanto dizem mas tão pouco me contam.
Eu quero tanto, e tenho tanto medo.
Ias gostar dela.
Etiquetas: mad world, non-stopping-world . se a força de um fosse capaz de mudar o mundo, já o sol giraria em torno da terra segunda-feira, maio 07, 2012
I feel stupid. I feel
ridiculous.
Todas as noites repenso nas mensagens
que te quero enviar. Normalmente chamo-te só pelo nome e fico à espera do
retorno, só porque saber que estás do outro lado faz-me feliz. Sinto-me
deslocado da sociedade, deslocado daquilo que ninguém nasce ensinado mas que
magicamente toda a gente tem uma ideia sobre o que fazer. Toda a gente menos
eu.
I
feel misfit. I feel useless.
Tenho tanto para te dizer mas tão pouco
sai, porque penso demasiado, e esta merda já me anda a foder a cabeça há
demasiado tempo. E é sempre o mesmo caralho, é sempre o mesmo hesitar de merda
que me faz recuar o pé e pousá-lo um pouco mais atrás, na segurança da
infelicidade.
Podia-te dizer que vi uma fotografia tua
hoje que me deixou de boca aberta. Estavas como não acreditas, mesmo depois de
muitos comentários a reforçar o elogio (mesmo de pessoas que desprezo), mesmo
depois de eu já to ter tentado convencer imensas vezes. Estavas tal como és,
extrema, impossível e extraordinariamente bonita. Relembrou-me do que me chamou
à atenção da primeira vez que te vi. Mas não consigo escrever-te isso. Não
consigo sequer voltar e perguntar-te o que fazes num ou outro fim-de-semana
para combinar alguma coisa porque a puta da minha insegurança deixa-me a
melhor.
Na outra carta disseste que se me
poderias ter amado, porque não o fizeste, e eu se bem me recordo não te
respondi. Digo-te agora que estavas errada quando afirmaste que a culpa não era
minha, porque é e sempre foi. Tu não me amaste porque a probabilidade, feitas
todas as contas e calculadas todas as constantes das equações que tornam um ser
possível de amar, está e continuará a zero até ao dia em que eu decidia acordar
o impulso do seu sono de cem anos e de mandar o medo para o caralhinho do monte
mais alto.
O que me deixa triste, porque, tal como
já te disse vezes sem conta, és tudo. E ninguém pode ter tudo, infelizmente.
But you cannot blame me for trying
one more time.
Etiquetas: L . true story domingo, maio 06, 2012
dois anos, a pequena história de um desprezável tu, tu e só tu.
"Levantas-te.
Acordas mal, dói-te a cabeça, mas não te importas pois é o teu grande dia. Mas
porquê começar pelo final? Voltemos mais atrás, antes de ganhares aquela rifa
sem graça, antes de adoeceres naquela tarde fria de primavera, antes de descobrires
que o teu pai se suicidou debaixo do comboio em frente ao hospício onde a tua
avó está internada. Voltemos ao aniversário da tua mãe. Coitada, nem sabe a que
velocidade é que os dias passam quanto mais a data de nascimento. Por vezes
ainda te olha estranha, de lado, desconfiada. Mas lá disfarça, e se não se
apercebe quem tu és, sorri-te e engana-te, ou então tu é que te deixas enganar.
Voltemos a esse dia, antes da funcionária derramar o chá por cima do sofá sujo
e de reparares que o relógio da entrada estava parado, sem corda. Só um pouco
mais atrás, faz um esforço. Tu sabes que te lembras. Aquele jardim, seco,
aterrorizado pelo silêncio de uma madrugada velha, cansada; e aquela porta
doirada, que reluzia o sol mesmo no teu olhar, triste olhar de andorinha
cansada. A casa da tua tia longínqua, que vivia dois quarteirões a norte da
tua, onde moras com a tua madrasta e o teu meio-irmão mais velho. Sim,
exactamente Naquele dia."
True Story (you wish), G'odrigues Criatura
[parabéns meu terere, parabéns meu para sempre]
. happy five years terça-feira, maio 01, 2012
é uma mistura de alegria do tempo, com a deprimência do momento, da falta de melhor, da estagnância do dom que me fazia achar digno do mundo. o meu mundo.
"Todos
os dias se travava uma guerra aberta entre os aliados rejeitados e a supremacia
absoluta da malévola rainha negra; seguiam-se várias tentativas de fuga às
prisões do castelo e também às refeições tortuosas onde ela os obrigava a comer
restos de animais podres mortos no quintal. Imaginação de criança.
Mas
os assuntos tornaram-se sérios, as zangas agravaram-se e embora continuasse a
jurar a morte a quem magoasse os seus pequenos, sentia-os como desconhecidos,
residentes dos quartos ao fundo do corredor estreito que tem o candeeiro
partido e a lâmpada pendurada por um fio. O filho respondia-lhe,
independentemente da pergunta, com palavras monossilábicas e tinha sempre
planos para se escapulir às suas horas de folga e Salomé nem lhe falava, não
pronunciava uma única palavra – mas pelo que lhe constava, ela não falava para
ninguém, nem para o irmão com que se dava muito bem."
Um só Céu, G'odrigues Criatura
Etiquetas: parabéns, respostas ao passado |
somewhere timeless ela face ![]() no where março 2009 abril 2009 julho 2009 agosto 2009 setembro 2009 outubro 2009 novembro 2009 dezembro 2009 fevereiro 2010 março 2010 abril 2010 maio 2010 junho 2010 julho 2010 agosto 2010 setembro 2010 outubro 2010 novembro 2010 dezembro 2010 janeiro 2011 fevereiro 2011 março 2011 abril 2011 maio 2011 junho 2011 julho 2011 agosto 2011 setembro 2011 outubro 2011 novembro 2011 dezembro 2011 janeiro 2012 fevereiro 2012 março 2012 abril 2012 maio 2012 junho 2012 julho 2012 agosto 2012 setembro 2012 outubro 2012 novembro 2012 dezembro 2012 janeiro 2013 fevereiro 2013 março 2013 abril 2013 maio 2013 junho 2013 julho 2013 agosto 2013 setembro 2013 outubro 2013 novembro 2013 dezembro 2013 janeiro 2014 |
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